Ter uma noite de sono de qualidade é muito importante para o nosso bem-estar físico e mental, afinal, é nesse momento que nosso organismo desempenha funções restauradoras essenciais, como o reparo de tecidos e a reposição de energias.
Embora cada pessoa tenha a necessidade de um tempo de sono diferente, a maioria dos adultos precisa de 7 a 8 horas de sono por dia [1]. A questão é que nem todo mundo consegue adormecer com facilidade ou com qualidade, e isso pode estar relacionado à deficiência na produção de melatonina, também conhecida por hormônio do sono.
Para conseguir alcançar esse tão esperado descanso reparador, muitas pessoas recorrem à suplementação de melatonina: uma versão sintética do hormônio produzida para ajudar na indução do sono, a qual foi recentemente liberada pela ANVISA. Pensando em te ajudar a entender melhor sobre o assunto, preparamos este conteúdo para explicar o que é, para que serve e como tomar a melatonina. Acompanhe!
Melatonina: o que é e para que serve?
O hormônio da melatonina é produzido pela glândula pineal, uma parte de nosso corpo localizada próxima ao centro do cérebro, atuando no estabelecimento do ritmo circadiano [2]. Nesse sentido, esse hormônio ajuda a regular o ritmo do "relógio biológico" do nosso corpo, sincronizando com o ritmo externo do ambiente para garantir um sono restaurador.
A produção de melatonina acontece normalmente no final do dia. Quando a retina percebe a ausência de luz, ela envia essa informação ao cérebro, que fará com que a glândula pineal libere o hormônio, preparando o organismo para o ciclo da noite e promovendo o sono.[2]
No entanto, algumas pessoas podem apresentar alterações desse ciclo por diversos fatores, como depressão, ansiedade [3], avanço da idade, excesso de estímulos antes de dormir, entre outros, retardando a indução do sono. As consequências desse desequilíbrio são os distúrbios do sono, situações que interferem na qualidade de vida das pessoas, afetando inclusive a concentração e o foco.
Quais os benefícios de tomar melatonina?
Um dos principais e mais conhecidos benefícios desse hormônio é a regulação do sono. Afinal, ela é uma grande aliada no auxílio para pegar no sono, fazendo com que a pessoa durma melhor e por mais tempo. No entanto, ela também oferece outros benefícios:
1. Qualidade do sono
As dificuldades para dormir são um tanto quanto frequentes, afinal, se você não tem, provavelmente conhece alguém que tenha, certo? A boa notícia é que a melatonina atua diretamente na sincronização do ciclo circadiano, responsável por contribuir para a indução e qualidade do sono, evitando despertares[2].
É normal que, com o passar dos anos, a produção desse hormônio diminua. Por isso, os distúrbios do sono costumam ser mais frequentes principalmente em pessoas idosas[4]. Afinal, o nosso corpo sofre alterações com o passar dos anos.
Para ter um direcionamento melhor, complete a leitura com o artigo sobre vitaminas recomendadas para idosos e entendam quais são os benefícios da suplementação a partir dos 60 anos.
2. Poderoso antioxidante
Quando falamos em melatonina, associamos à melhoria do sono. Entretanto, este poderoso hormônio exerce um importante papel no organismo como um todo. Ela também possui ação antioxidante [2] capaz de eliminar os radicais livres em diversas áreas das células, contribuindo também para o fortalecimento da imunidade.
3. Ajuda a melhorar a depressão sazonal
A depressão sazonal acontece durante o período de inverno, afetando a qualidade do sono devido à diminuição de substâncias relacionadas ao sono, ou seja, a melatonina. Neste caso, a suplementação do hormônio do sono pode ajudar a regular o ritmo do ciclo circadiano, contribuindo com o alívio dos sintomas da depressão sazonal [5].
4. Reduz a acidez do estômago
Muitas pessoas não sabem, mas a melatonina é uma excelente aliada na redução do refluxo gastroesofágico. Este poderoso hormônio induz o relaxamento do esfíncter do estômago, diminuindo aquela sensação de acidez [6].
Pode tomar melatonina todos os dias?
A melatonina é segura para tomar diariamente. No entanto, é recomendado manter as doses entre 0,21 miligramas [7] para prevenir os efeitos colaterais indesejados como sonolência matinal, pesadelos e aumento do sono.
Melatonina funciona contra insônia?
É importante mencionar que a melatonina não funciona contra insônia, ela é apenas um regulador do sono. Embora ela traga benefícios, não podemos dizer que ela é um remédio para dormir. Por isso, é importante buscar auxílio médico para tratar a insônia, afinal, dormir mal pode ter efeitos negativos no seu dia a dia.
Quem não deve tomar melatonina?
A melatonina não é indicada para todos. Este suplemento alimentar pode ser consumido por pessoas com idade igual ou maior de 19 anos, desde que haja a recomendação de um médico [7].
Além disso, o suplemento tem algumas contraindicações: crianças, gestantes, lactantes só devem tomar com indicação de um profissional de saúde. Ele também é contraindicado para quem precisa de atenção constante em suas atividades, como motoristas e pessoas que manuseiam equipamentos perigosos (serras, prensas, máquinas de torno, etc).
No entanto, é importante manter alguns hábitos para estimular a produção da melatonina pelo próprio organismo. Algumas medidas simples podem te ajudar a dormir melhor, como aderir à higiene do sono e até o básico como dormir completamente no escuro e eliminar os focos de luz e ruídos!
É importante mencionar que a suplementação de melatonina é segura e não costuma causar efeitos colaterais. Mas se ele for usado sem critério e em quantidade acima do recomendado pode causar alguns efeitos indesejados. Sendo assim, não tenha receio em buscar orientação com especialista.
Continue acompanhando o blog da Cimed e fique por dentro de mais conteúdos como este! Inclusive, indicamos a leitura do post vitaminas para cansaço. Assim você pode compreender como a ausência de alguns nutrientes afeta sua disposição.
Te esperamos por lá!
1- FERNANDES, Regina Maria França. O Sono Normal. Medicina, USP, 2006. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/download/372/373/738
2 - NETO, Júlio Anselmo Sousa; CASTRO, Bruno Freire de Castro. Melatonina, ritmos biológicos e sono - uma revisão da literatura. UFMG, 2008. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0101-8469/2008/v44n1/a5-11.pdf
3 - EBERHARDT, Jackeline Martins de Souza; LAZZARETTI, Camilla. Depressão e as implicações do sistema de Melatonina e tratamento com Agomelatina: uma revisão de literatura. Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, 2011. Disponível em: https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/saude_desenvolvimento/article/view/5487
4 - Raposo, Francisco Miguel de Ornelas. As alterações do sono no idoso. FMUC Medicina - Teses de Mestrado, 2015. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316/30579
5 - Revista Científica Multidiciplinar, UNIMEO, 2007. Disponível em: http://unimeo.com.br/admin/control/files/revista/15935468025efb98320c06c.pdf#page=218
6- LUCENA, Virgínia Raquel dos Santos; ARAÚJO, Rícia Medeiros Palmeira de; MEDEIROS, Deborah Laís Nóbrega de; SILVA, Maria Fernanda Almeida; NETO, Sebastião Duque. Efeitos da melatonina como tratamento complementar de úlceras gastroduodenais: uma revisão integrativa. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/16087/14371
7 -ANVISA. Constituintes Autorizados para Uso em Suplementos Alimentares, Melatonina. Disponível em: https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiM2M3NjkzYmMtODY0ZS00YzYzLTlhNGItM2M2NGNjZjk2YjlhIiwidCI6ImI2N2FmMjNmLWMzZjMtNGQzNS04MGM3LWI3MDg1ZjVlZGQ4MSJ9
